sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Afeganistão

Dados Gerais

Capital Cabul
Cidade mais populosa Cabul
Língua oficial Persa, Pachto Dari
Governo República Islâmica
- Presidente Hamid Karzai
- Vice-presidente Ahmad Zia Massoud
- Vice-presidente Karim Khalili
- Chefe de Justiça Abdul Salam Azimi
Independência do Reino Unido
- Declarada 8 de agosto de 1919
- Reconhecida 19 de agosto de 1919
Área
- Total 652 090 km² (41.º)
- Água (%) n/d
Fronteira Irão (O)
Turquemenistão (NO)
Uzbequistão (N)
Tajiquistão (N)
China (NE)
Paquistão (SE)
População
- Estimativa de 2009 28 150 000[1] hab. (37.º)
- Censo 1979 13 051 358
- Densidade 43,5 hab./km² (150.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2008
- Total US$ 21 340 milhões USD (113.º)
- Per capita US$ 758 USD (173.º)
Indicadores sociais
- Gini (2008)
- IDH (2007) 0,352[2] (181.º) – baixo
- Esper. de vida 43,8 anos (188.º)
- Mort. infantil 157,0/mil nasc. (194.º)
Moeda Afegani
Fuso horário (UTC+4:30)
Clima Desértico
Org. internacionais ONU
Cód. ISO AFG
Cód. Internet .af
Cód. telef. +93
Website governamental www.president.gov.af

O Afeganistão (oficialmente, República Islâmica do Afeganistão, د افغانستان اسلامي جمهوریت em pachto, جمهوری اسلامی افغانستان em persa) é um país sem saída para o mar no centro da Ásia. É comumente designado como um país da Ásia central, da Ásia meridional e do Oriente Médio. Possui vínculos religiosos, etno-lingüísticos e geográficos com a maioria dos países vizinhos. Limita com o Paquistão ao sul e ao leste, com o Irão a oeste, com o Turcomenistão, o Uzbequistão e o Tadjiquistão ao norte, e com a China a nordeste. O nome do país significa "terra dos afegãos".

O país é um cadinho cultural entre o Ocidente e o Oriente e tem sido um antigo ponto focal para o comércio e a migração. Sua localização é estratégica, ao ligar o sul, o centro e o sudoeste da Ásia. Ao longo de sua história, o país assistiu a diversos invasores e conquistadores, embora em outras ocasiões reinos locais tenham invadido as regiões vizinhas. O Império Durrani, fundado por Ahmad Shah Durrani em 1747, tinha por capital a cidade de Kandahar; posteriormente, a capital foi transferida para Cabul e a maior parte do seu território foi cedida a países vizinhos. No final do século XIX, o Afeganistão tornou-se um Estado-tampão envolvido no "Grande Jogo" entre o Império Britânico e o Império Russo. Em 19 de Agosto de 1919, após a terceira Guerra Anglo-Afegã, o país recuperou a sua independência plena do Reino Unido.

Desde o final dos anos 1970, o Afeganistão vem sofrendo uma guerra civil contínua e brutal, que incluiu intervenções estrangeiras como a invasão soviética de 1979 e a recente ação chefiada pelos EUA que derrubou o regime dos talibãs. No final de 2001, o Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizou a criação de uma Força Internacional de Assistência e Segurança (ISAF, em inglês), composta por tropas da OTAN que apóiam os esforços do governo do presidente Hamid Karzai para estabelecer o império da lei e para reconstruir a infra-estrutura do país. Em 2005, o país assinou com os EUA um acordo de parceria estratégica que prevê uma relação de longo prazo entre as duas partes. Vários milhões de dólares foram recebidos da comunidade internacional para investimentos na reconstrução do país.

História


O Império islâmico e os califados durante sua maior extensão.

██ Sob o profeta Muhammad, 622-632

██ Sob o Califado Patriarcal, 632-661

██ Sob o Califado Umayyad, 661-750

Desde a Antiguidade, a guerra é uma constante na região onde hoje fica o Afeganistão, local já ocupado no século VI a.C. pela civilização bactriana, formada por um povo que incorporava elementos das culturas hindu, grega e persa. Depois disso, o território foi atacado por sucessivos invasores.

O Afeganistão foi invadido e ocupado pela União Soviética em 1979. Mas, apesar da destruição maciça provocada na sustentação logística, lutas subseqüentes entre as várias facções dos Mujahidin permitiram que os fundamentalistas do Talibã se apropriassem da maior parte do país. Em 1997, as forças talibãs mudaram o nome do país de Estado Islâmico do Afeganistão para Emirado Islâmico do Afeganistão.

Nos últimos dois anos o país sofre com a seca. Estas circunstâncias conduziram três a quatro milhões de afegãos a sofrerem de inanição.

Em resposta aos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001 nas Torres Gêmeas (World Trade Center) em Nova Iorque, e no Pentágono, cuja autoria foi reivindicada por Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, reconhecido como herói pelos Talibãs, no dia 7 de Outubro de 2001, os Estados Unidos e forças aliadas lançaram uma campanha militar, como parte de sua política antiterrorismo, caçando e prendendo suspeitos de atividades terroristas no Afeganistão e mandando-os para a base de Guantánamo, em Cuba.

Geografia

Mapa topográfico do Afeganistão.

O Afeganistão é um país montanhoso, (com 85% do seu território formado por montanhas) -, embora inclua planícies no norte e no sudoeste e poucas depressões. O ponto mais alto do Afeganistão, o Nowshak, atinge uma altitude de 7 485 m acima do nível do mar. Grandes extensões do país são secas, e o fornecimento de água doce é limitado. O Afeganistão tem um clima continental, com verões quentes e invernos frios. O país é frequentemente abalado por sismos.

Para além da capital, Cabul, as maiores cidades do país são Herat, Jalalabad, Mazar-e Sharif e Kandahar.

Demografia


Pirâmide etária do país em 2005.

Com a capital em Cabul e uma área de 647.500 km²; e 29.863.000 hab. (46hab/km²), o Afeganistão é um dos países mais pobres e inóspitos do mundo. A instabilidade política e os conflitos internos arruinaram a sua já débil economia e infra-estruturas a tal ponto que 1/3 da sua população afegã abandonou o país.

Segundo uma estimativa de 2006, a população cresce 2,67% ao ano. O índice de natalidade é de 46,6 a cada 1000 habitantes, enquanto o índice de mortalidade é 20,34 a cada 1000 habitantes. A taxa de mortalidade infantil é de 160,23 mortes a cada 1000 nascimentos. A expectativa de vida é de 43.34 anos.

Criminalidade

O crime está presente em várias formas. Formas de criminalidade inclui o narcotráfico, o branqueamento de capitais, fraude, corrupção, etc.

O Afeganistão é o maior produtor mundial de ópio. De 80 a 90% da heroína consumida na Europa provém de ópio produzido no Afeganistão. O tráfico de ópio tornou um importante negócio ilegal no Afeganistão desde a queda do regime talibã, em 2001. De acordo com um inquérito realizado em 2007 pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), 93% dos opiáceos no mercado mundial teve origem no Afeganistão.

Outras formas de criminalidade incluem roubo, bem como sequestros e assaltos.

Política

O atual presidente afegão, Hamid Karzai, revista a guarda presidencial em Cabul.

Em 27 de Setembro de 1996, as forças talibãs, constituídas de ex-estudantes, derrubaram o presidente, capturaram a capital, Cabul, e passaram a controlar grande parte do país. Em novembro desse ano outras facções negociavam um governo nacional de coalizão.

O atual presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, foi escolhido pelo governo dos Estados Unidos para dirigir um governo interino, após a queda dos Taliban.

Afegã votando em 18 de Setembro de 2005.

Foram realizadas eleições a 9 de Outubro de 2004, com mais de 10 milhões de afegãos registrados para votar, mas a maioria dos 17 candidatos da oposição não reconheceu o resultado das eleições, alegando fraude; uma comissão independente encontrou evidências de fraude, mas considerou que isto não teria afectado os resultados. Karzai obteve 55,4% dos votos e foi empossado como presidente a 7 de Dezembro. Estas foram as primeiras eleições desde 1969, quando houve eleições para o parlamento.

O actual governo inclui membros da Aliança do Norte, um grupo político formado por elementos de diferentes regiões e grupos étnicos nomeados pela Loya jirga - conselho ligado às antigas tradições afegãs, inicialmente constituído por membros da etnia Pashtun, majoritária, e atualmente formado por diferentes líderes regionais e tribais, autoridades políticas, militares e religiosas, funcionários do governo, etc.

Símbolos nacionais

A bandeira nacional foi adaptada pelo governo de transição em 2002. A bandeira é um rectângulo com proporções de 1:2, dividida em três barras verticais de igual largura e de cores preta à tralha, vermelha ao centro e verde ao batente. No centro da barra vermelha, o símbolo tradicional do Afeganistão, com uma mesquita no centro.

O brasão de armas tem aparecido de alguma forma sobre a Bandeira do Afeganistão desde o início da nação. A mais notável ausência foi durante a década de 1980 quando um regime comunista dominou o país, e nos finais dos anos 1990, durante o Estado do Talibã.

A mais recente alteração do brasão de armas foi a inserção da inscrição das shahada em árabe no topo do mesmo. Abaixo, está uma imagem de uma mesquita com um mehrab que se confronta com um local de oração em Meca. Anexa à mesquita estão duas bandeiras, tomadas de posição das bandeiras do Afeganistão. Abaixo da mesquita encontra-se uma inscrição que indica o nome da nação. Em torno da mesquita está uma grinalda vegetal.

"Sououd-e-Melli" (em persa: Hino nacional) é o hino nacional, adoptado em 2006. De acordo com o artigo 20 da constituição do Afeganistão: "O hino nacional deverá ser em pachto e terá a menção "Alá é o maior", assim como os nomes das etnias do Afeganistão."

Subdivisões

As 34 províncias do Afeganistão, numeradas.

O Afeganistão subdivide-se em 34 províncias:

1. Badakhshan
2. Badghis
3. Baghlan
4. Balkh
5. Bamiyan
6. Daikondi
7. Farah
8. Fariab
9. Ghazni
10. Ghowr
11. Helmand
12. Herat

13. Jozjan
14. Cabul
15. Kandahar
16. Kapisa
17. Khost
18. Konar
19. Konduz
20. Laghman
21. Logar
22. Nangarhar
23. Nimroz

24. Nurestão
25. Paktia
26. Paktika
27. Panjshir
28. Parwan
29. Samangan
30. Sar-i Pol
31. Takhar
32. Uruzgan
33. Vardak
34. Zabol

Economia

Novo edifício comercial em Cabul.

O Afeganistão é um país extremamente pobre, muito dependente da agricultura (principalmente da papoula -, matéria-prima do ópio) e da criação de gado. A economia sofreu fortemente com a recente agitação política e militar, e uma severa seca veio se juntar às dificuldades da nação entre 1998 e 2001. A maior parte da população continua a ter alimentação, vestuário, alojamento e cuidados de saúde insuficientes, e estes problemas são agravados pelas operações militares e pela incerteza política. A inflação continua a ser um problema sério.

Depois do ataque da coligação liderada pelos Estados Unidos que levou à derrota dos Talibã em Novembro de 2001 e à formação da Autoridade Afegã Interina (AAI) resultante do acordo de Bona de Dezembro de 2001, os esforços internacionais para reconstruir o Afeganistão foram o tema da Conferência de Doadores de Tóquio para a Reconstrução do Afeganistão em Janeiro de 2002, onde foram atribuídos 4,5 bilhões de dólares a um fundo a ser administrado pelo Banco Mundial. As áreas prioritárias de reconstrução são: a construção de instalações de educação, saúde e saneamento, o aumento das capacidades de administração, o desenvolvimento de setores agrícolas e o de reconstrução das ligações rodoviárias, energéticas e de telecomunicações. Dois terços da população vivem com menos de dois dólares por dia. A taxa de mortalidade infantil é de 160.23 por 1000 nascimentos.

Infraestrutura

Educação

Estudantes de uma Escola Feminina no Afeganistão.

A partir de 2006 mais de quatro milhões de estudantes do sexo masculino e feminino estavam matriculados em escolas por todo o país. No entanto, ainda existem obstáculos significativos à educação no Afeganistão, decorrentes da falta de financiamento, edifícios escolares inseguros e normas culturais. A falta de professoras é uma questão que diz respeito a alguns pais afegãos, especialmente em áreas mais conservadoras. Alguns pais não vão permitir que as suas filhas a ser ensinada por homens.

Alfabetização de toda a população está estimada (em 1999) em 36%, a taxa de alfabetização do sexo masculino é de 51% e do feminino 21%. Até agora, existem 9.500 escolas no país.

Outro aspecto da educação que está mudando rapidamente no Afeganistão é a cara do ensino superior. Após a queda do regime talibã, a Universidade de Cabul foi reaberta para ambos estudantes dos sexos masculino e feminino. Em 2006, a Universidade Americana do Afeganistão também abriu suas portas, com o objectivo de proporcionar um mundo de classe, Inglês como língua, a coaprendizagem ambiente educacional no Afeganistão. A universidade aceita alunos provenientes do Afeganistão e os países vizinhos. Trabalhos de construção vai começar em breve o novo site selecionado para a Universidade de Balkh em Mazari Sharif. O novo edifício para a universidade, incluindo o edifício para o Departamento de Engenharia, seria construído em 600 acres (2,4 km ²) de terras, o custo de 250 milhões de dólares americanos.

Cultura

Pormenor de Quatro Cenas da Vida do Buda, stupa do período Gandhara, dinastia Kushan, século II-III.

A cultura do Afeganistão é milenar. É bastante influenciada pelo Islão, porém recebeu, ao longo dos séculos, influências do hinduísmo e do budismo.

Há objetos da Arte Gandhara do século I ao século VII, com marcante influência greco-romana. Desde o início do século XX a arte afegã começou a utilizar-se de técnicas ocidentais. A arte era uma tarefa essencialmente masculina, porém recentemente mulheres começaram a se destacar.

Os monumentos históricos do país foram muito danificados por anos de guerra, e um exemplo disso foram as duas gigantescas estátuas de Buda existentes na província de Bamiyan, que foram destruídas pelos taliban por serem consideradas idólatras.

Outros famosos sítios (lugares) históricos incluem as cidades de Herat, Ghazni e Balkh. O minarete de Jam, no vale de Hari Rud, é um Patrimônio Cultural da Humanidade, segundo a UNESCO.

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